Aeroporto de Madrid, Bárbara Expulsão de um imigrante Senegalês

 Esta Imagens filmadas no Aeroporto de Madrid, são uma pequena demonstração do que significa a Europa do Capital e um claro atentado contra a dignidade de quem procura uma vida um pouco melhor longe da terra onde nasceu.

Ódio às fronteiras e fogo às Bandeiras.

O mundo é de todos.

Carregar na seguinte ligação: Aeroporto de Madrid, Expulsão Bárbara de um imigrante Senegalês

Nazis na wall Street

AS RELAÇÕES ENTRE AS MUL TINACIONAIS NORTE-AMERICANAS E O III REICH (*)

 

(*) Artigo extraído do n° 65 de Amor y Rabia, publicação anarquista de Valladolid, Espanha.

 

COCA-COLA ÜBERALLES

 

Como é sabido, a Coca-Cola sempre se apresentou como um símbolo dos EUA e dos seus valores "democráticos"; porém, trata-se mais de uma engenhosa mentira publicitária do que de uma realidade. De facto, a Coca-Cola foi uma dessas grandes companhias americanas que, pelo menos indirectamente, colaboraram com o regime nazi.

 

Para começar, a popular empresa norte-americana, com base em Atlanta (Geórgia), vendeu milhões de garrafas do conhecido refresco entre 1933 e 1945, violando as normas aliadas que impediam o comércio com a Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial. Mas a sua falta de escrúpulos não ficou por aí. Desde Dezembro de 1941, a empresa convenceu os americanos de que o seu produto era o símbolo da luta contra os inimigos da liberdade e da democracia. Porém, o certo é que, sendo a Alemanha o segundo maior mercado desta bebida refrescante (a seguir aos próprios EUA), a Coca-Cola encontrou a forma de manter os seus lucros neste país, apesar da política imperialista e genocida conduzida pelo seu governo. Já desde os tempos turbulentos da República de Weimar que os alemães encaravam a Coca-Cola como a ponta de lança de um certo tipo de colonialismo norte-americano na Europa. Por isso, a Coca-Cola teve que, primeiro, mudar a imagem que o consumidor médio alemão tinha do seu produto e, a seguir, vencer empresas concorrentes alemãs (como a Sinalco ou a Agri-Cola) que fabricavam imitações do mais famoso dos refrescos de cola. Se, em casa, a publicidade da empresa tinha que identificar-se com os valores imperantes na sociedade norte-americana, na Alemanha, a Coca-Cola tinha que adequar-se aos princípios ideológicos impostos pelo III Reich à sociedade alemã.

 

Uma peça chave neste processo foi Max Keith (na altura representante da empresa de refrescos), personagem descrito por alguns dos seus ex-empregados como um líder carismático e autoritário. Keith depressa percebeu que, para conquistar o mercado germânico, tinha que estar nas boas graças dos governantes da nação; por isso, começou por distribuir generosos subornos a diversos governantes nazis. Assim, em 1936, quando Goering introduziu um plano quadrienal para reduzir ao mínimo as importações alemãs e falharam todas as negociações conduzidas pelos advogados da empresa norte-americana, Keith autorizou a entrega de dinheiro a este chefe nazi. Graças a isso, a Coca-Cola conseguiu uma licença especial de importação que salvaguardou a sua quota de lucros na Alemanha. Max Keith convertera-se no homem da Coca-Cola por excelência, assim como num colaborador dos nazis, disposto a fazer o que quer que fosse que estes pedissem, desde que vendesse o seu produto.

 

Com as coisas neste pé, a Coca-Cola tornou-se, nesse mesmo ano, numa das três bebidas patrocinadoras dos Jogos Olímpicos de Berlim, um evento que o III Reich explorou para promover a sua ideologia racista e autoritária. A boa sintonia existente entre a Coca-Cola e o regime de Hitler foi algo que pôde ser comprovado por todos os que visitaram Berlim durante tão magno acontecimento, dado que em muitas imagens do Führer, que apareciam em cartazes publicitários e revistas, surgia também o logotipo do conhecido refresco incitando o público a beber Coca-Cola “eískalt” [=’muito fria’]. A partir daí, a Coca-Cola chega ao coração do nazismo e inclusivamente, em Outubro de 1938, numa revista militar que celebrava a anexação dos Sudetas pela Wehrmacht [=’exército alemão’], podia ver-se um anúncio no qual uma mão segurava numa garrafa de Coca-Cola, com um mapa-mundo como fundo e que rezava: "Ja, Coca-Cola hat weltruf [=’Sím, Coca-Cola: tem fama mundial’] Isto equivalia a dar um apoio tácito ao exército nazi e às suas conquistas.

 

A empresa americana estava a adquirir uma popularidade tal no mercado alemão, que Karl Flach (chefe duma das suas rivais alemãs, a Afri-Cola) começou a fazer circular panfletos nos quais aparecia uma garrafa de Coca-Cola com caracteres hebreus que diziam que o refresco americano era "Kosher" [=’apto para ser consumido por judeus’] e um texto, que assegurava ser a Coca-Cola uma empresa dirigida por judeus. Apesar disso, o prejuízo foi temporário, pois a empresa americana contra-atacou de imediato. E como? Com uma campanha propagandística, que afirmava exactamente o contrário, através da publicação de vários anúncios, nos quais defendia posições anti-semitas, no Stuerner, publicação oficial do partido nazi conhecida pelos seus artigos racistas. Estes anúncios não passaram despercebidos nos EUA, tendo originado alguns títulos do género "Coca-Cola financia Hitler" na imprensa norte­-americana.

 

Durante a guerra, a Coca-Cola pôde enfrentar as restrições decorrentes do conflito bélico, recorrendo ao seu habitual oportunismo. Assim, quando, na Alemanha, foi restringida a utilização do vidro devido ao embargo aliado, a empresa de refrescos abriu fábricas na região dos Sudetas, em 1939, sob a protecção dos chefes nazis locais, visto que esta região estava fora do cerco económico. Desta forma, a Coca-Cola ludibriou o boicote ao III Reich. Além disso, a companhia norte-americana tão-pouco teve quaisquer problemas em que os seus camiões transportassem tropas alemãs em múltiplas ocasiões. Nem sequer no período mais aceso da contenda bélica, em que alguns dos ingredientes secretos da mais popular bebida não conseguiam chegar à zona sob controle nazi, a companhia deixou de fabricar bebida: nessa altura, Keith e a sua equipa de colaboradores inventaram a Fanta e a empresa Coca-Cola continuou a vender sem se importar nada com isso. Este facto pode ser testemunhado por alguns sobreviventes dos campos de concentração nazis, pois trabalharam como mão-de-obra escrava nas fábricas que a Coca-Cola mantinha em funcionamento nos territórios dominados pelo Reich alemão.

 

 

OS SEGREDOS DA IBM

 

Ainda não há muito tempo, na primavera de 2001, um autor chamado Edwin Black publicou um livro intitulado IBM and the Holocaust (A IBM e o Holocausto), facto que deu lugar a uma forte polémica nos Estados Unidos. Segundo Black, filho de judeus sobreviventes do holocausto, a IBM, empresa pioneira do sector informático, teve igualmente a sua parte de responsabilidade no genocídio levado a cabo pelos nazis. A obra, para além de surpreender por pôr em causa a até então inquestionável honestidade da companhia, veio também animar a luta dos sobreviventes dos campos de concentração que actualmente vivem nos Estados Unidos contra as empresas americanas que colaboraram com os nazis. Em que consistiu então a responsabilidade dessa prestigiada firma informática?

 

Como é do conhecimento geral, quando os nazis chegaram ao poder ainda não existiam os computadores, mas já existia a IBM. Nas décadas que precederam o desenvolvimento dos computadores, a informação processava-se usando métodos mecânicos em vez de electrónicos, como sucede hoje em dia. Um desses métodos era baseado nos cartões perfurados de Hollerith. Herman Hollerith foi um americano de origem alemã que desenvolveu uma técnica para calcular o censo dos Estados Unidos através de cartões perfurados que eram lidos por uma máquina. Este método obteve um tal êxito que de imediato Hollerith criou, praticamente a nível mundial, um monopólio de aluguer e venda de máquinas leitoras a governos e grandes empresas. Em 1911, a companhia de Hollerith fundiu-se com a Computing-Tabulating-Recording Cornpany (CTR), à frente da qual estava Thomas Watson. Mas em pouco tempo se transformou na International Business Machines (IBM).

 

Entretanto, em 1922, numa Alemanha afundada em plena crise económica, Watson acedeu ao controlo da Dehornag (Deutsche Hollerith Maschinen Gesellschaft), a qual usava a técnica dos cartões perfurados sob licença. E é esta, conforme argumenta Black, a peça chave na relação entre a IBM e o regime nazi. Segundo esse autor, Watson não era exactamente um fascista, antes sim um empresário autoritário e disposto a fazer dinheiro fácil, pondo de lado quaisquer considerações morais. Watson, de facto, era conselheiro do presidente Roosevelt e ocupava um cargo no Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas não podia deixar passar a oportunidade de comerciar com a Alemanha nazi. Tendo Hitler, em 1933, começado a elaborar um censo que tinha como fim identificar os alemães de origem judia, a filial da IBM na Alemanha não teve qualquer problema em colocar a sua tecnologia ao serviço desse objectivo. A IBM, segundo Black, fazia-se passar por empresa alemã, apesar de a empresa­-mãe, nos Estados Unidos, continuar a manter, mesmo durante a guerra, o controlo sobre ela. Desse modo, desrespeitava o bloqueio económico imposto à Alemanha pelos aliados. Black sustenta mesmo que Watson chegou a falar favoravelmente do III Reich em público, o que explica ele ter recebido do governo nazi a Cruz da Águia Alemã.

 

 

Em 1933, o regime nazi levou a cabo um outro censo nacional, com o qual se pretendia detectar, de forma já definitiva, a ascendência judia de milhares de cidadãos alemães. Sem dúvida que esse empreendimento foi posto em prática graças às máquinas de cartões perfurados da Dehomag. Um pouco mais tarde, em 1938, e pouco tempo antes de os nazis anexarem a Áustria, a filial da IBM em Viena, sob a supervisão do conhecido nazi Adolf Eichmann, dedicou-se também à identificação da população de origem judia. Este tipo de censo incluía um cartão, o chamado "cartão suplementar"’, que denunciava o grau de "ascendência judia" de cada família. A Dehomag soube até antecipadamente que Hitler se preparava para a guerra, pois a companhia já tinha previsto como proteger a sua maquinaria em caso de ataque.

 

Com o início da guerra, a IBM assistiu a um tremendo aumento dos seus proventos graças aos seus negócios na Alemanha e em zonas ocupadas por ela no Leste europeu. O que não é de estranhar, pois a máquina de guerra nazi precisava mais do que nunca da tecnologia baseada nos cartões perfurados da IBM para gerir o equipamento do exército e a rede ferroviária que possibilitava o transporte dos prisioneiros para os campos de concentração, para além dos já mencionados censos. Tudo isso, é óbvio, poderia ter sido realizado sem a tecnologia da IBM, mas nunca de uma maneira tão eficiente.

 

Após a guerra, a IBM recolheu a sua maquinaria e os avultados benefícios económicos obtidos, sem qualquer problema de consciência. Para mais, as máquinas estavam praticamente intactas. Este facto deveu-se a que, em primeiro lugar, estavam protegidas pelas leis que a Alemanha aplicava às propriedades de empresas de países inimigos, o que até obrigava à nomeação de guardas que tomassem conta delas. Por outro lado, se as máquinas caíssem nas mãos dos aliados também eram protegidas, pois os cartões continham provas das atrocidades cometidas pelos nazis. Por último, em 1949, a Dehomag passou a chamar-se IBM Alemanha.

 

Nem é preciso dizer que a IBM se sentiu muito incomodada pelos trabalhos de investigação de Black, que tachou de difamatórios. A IBM, que contou com a ajuda de grandes media, como o New York Times, defendeu-se argumentando que a Dehomag tinha passado totalmente para as mãos dos nazis durante a guerra. Mas mesmo que isto fosse verdade, nem por isso a IBM ficaria eximida da sua, cumplicidade em relação á detecção de judeus através dos censos feitos por meio dos cartões perfurados, assim como também não pode negar o facto de ter lucrado imenso com os lucros gerados, durante a guerra, pela tecnologia de Hollerith. Numa recensão sobre o livro de Black, publicada em Março de 2001 pelo New York Times, é-nos assegurado que a companhia desconhecia o uso que os nazis iam dar a esse sistema de processamento de dados. Mas sem dúvida que a base de dados que geria os censos era uma base de dados “feita à medida”, para a qual a empresa teve de ter de antemão um conhecimento detalhado dos fins que o seu cliente procurava obter.

 

(Tradução de A. Mota e P. Ferreira).

 

Concentração na Amadora

CONCENTRAÇÃO CONTRA A REPRESÃO POLICIAL, POR KUKU E OUTRXS VÍTIMAS DOS MERCENÁRIOS DO ESTADO.

Sábado, 17 de Janeiro, a concentração motivada pelo assassinato policial de Kuku na Amadora juntou cerca de 500 pessoas, em frente da esquadra de São Brás onde o assassino exercia o seu papel de mercenário. Por duas horas gritou-se palavras como “assassinos”, “racistas”, “escravos fardados, terroristas do Estado”, “mercenários” entre outras palavras de revolta. Acudiram à concentração familiares do jovem assassinado, habitantes do bairro que confirmavam que são frequentemente alvo da violência policial e outra gente solidária dos arredores da Amadora

A concentração decorreu num ambiente de alguma tensão e muita raiva. Ao redor da esquadra foi montado um perímetro de segurança e os policias, equipados com coletes à prova de bala, não mostravam mais que desprezo e inclusive riam-se. Alguns jovens mais inconformados com o tom pacifico da manifestação atiraram pedras à esquadra no inicio e no final, tendo uma policia sido alcançada por uma pedra. Logo os policias retiraram-se para o interior da esquadra ficando apenas um policia visível.

Alguma da revolta também foi dirigida aos jornalistas, tendo sido também gritado “Diário de Notícias, Diário da policia”, referindo-se à campanha que os meios de informação burgueses têm feito contra todos os movimentos de protesto e contra as pessoas que habitam nos bairros sociais. Os meios de comunicação, aproveitando o assassinato de Kuku, têm tentado unir acções de movimentos distintos como o “Verde Eufemia” http://gopetition.com/online/21252.html  e às manifestações contra toda a autoridade, que são constantemente alvo de desinformação, a traficantes de droga ligados a claques de futebol, acusando todos eles como “anarquistas violentos de estrema esquerda” tentando moldar a opinião publica.

No final da concentração, um grupo roubou alimentos e atacou à pedrada uma loja da cadeia de supermercados Minipreço, perto da esquadra, que tinha um agente da PSP de serviço à porta. Este grupo fugiu em menos de um minuto que foi o tempo de vários carros da policia chegar ao local, não tendo sido feita nenhuma detenção.

A policia Judiciária já confirmou que Kuku foi executado na cabeça a apenas dez centímetros, contrariando a versão inicial apresentada pela PSP. O assassino já não está de serviço mas ainda não foi dado qualquer esclarecimento aos familiares da vitima.

Para mostrar o nervosismo policial que existe em Portugal pode-se ver o que se passou no dia anterior em Almada (http://redelibertaria.blogspot.com/2009/01/carregamento-policial-na-zona-pedonal.html).

Dia de acção contra os Estados assassinos 20 Dezembro

É evidente que este levantamento na Grécia não é só uma resposta em honra de Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos de idade, companheiro, que foi assassinado a sangue frio, com uma bala por um polícia na zona de Exarchia no sábado, 6 de dezembro de 2008.

 

Ver vídeo do assassinato

 http://www.youtube.com/v/jwjzhcmolua&hl=es&fs=1

 

É evidente o que se passa na Grécia é devido aqueles que quando abrem os olhos já não podem dormir

 

É evidente que a raiva da população cresceu rapidamente apesar das tentativas dos meios de comunicação e do governo de confundir a opinião pública. Manifestações espontâneas e distúrbios explodiram no centro de Atenas, e espalharam-se rapidamente a outras cidades. Os ataques contra o Estado e objectivos capitalistas acontecem em todo o lado, Salónica, Patras, Volos, Chania e Heraklion, em Creta, em Giannena, Komotini e muitas outras cidades.

 

É evidente que Bancos e carros destruídos, não é nenhuma violência quando comparado com trabalhar sem parar durante 40 anos e perguntares-te se poderás te aposentar algum dia. É evidente que grandes lojas saqueadas, não é nenhuma violência quando comparado com as Bolsas, as pensões de miséria e as hipotecas que liquidamos ao dobro do preço. É evidente que Esquadras de polícia atacadas e ocupadas, não é nenhuma violência quando comparado com o desemprego, a precariedade, os salários de 700 euros ou menos e tomar Prozak e vitaminas para poder aguentar às horas extras. É evidente que universidades ocupadas e as ruas a servirem de palco para batalhas campais entre polícia e manifestantes é uma maneira excelente e bem vinda de tentar mudar a violência que são os "acidentes" de trabalho, porque os patrões reduzem os custos de segurança dos seus trabalhadores, a violência do direito de seres despedido  e abandonado quando não sirvas mais, a violência de ser um imigrante e viver com medo de ser deportado a qualquer momento e viver numa insegurança constante e ser Mãe, trabalhadora e dona-de-casa ao mesmo tempo, e ser violentada moral, económica e sexualmente e pedirem-te para sorrires porque tudo está bem, o mundo está muito bem feito e tu não podes fazer nada… Uma merda é que isso é evidente.

 

É evidente que sindicatos, partidos, padres, jornalistas e empresários estão decididos a manter esta violência, mas também é evidente que a revolta dos estudantes, dos abandonados, dos trabalhadores temporários, dos imigrantes, de todos os que sentem na pele o triste destino a que nos querem condenar não deve parar!

 

Como é evidente os Anarquistas e antiautoritários fazem apelos aos cidadãos para realizar assembleias, mas em muitos lugares há um clima de terrorismo, já que agentes secretos junto com fascistas estão a vigiar e a atacar as pessoas e inclusive saqueiam pequenos comércios, assaltam literalmente cidadãos gregos e culpabilizam os revoltosos, alguns desses agentes já foram perseguidos e surrados, mas num programa com um apresentador famoso desmascaram esta manobra da policia.

Ver vídeo do programa

http://www.youtube.com/watch?v=HpkGxdfoTUM

 

Os que forem feitos prisioneiros, de acordo com as últimas notícias, será aplicada a nova lei antiterrorista grega como também é evidente.

 

Evidentemente que dezenas de manifestações em apoio e solidariedade com a revolta na Grécia, aconteceram por diversas cidades europeias e em algumas cidades dos Estados Unidos, tendo já diversas pessoas sido detidas.

 

Na Grécia o que se tenta fazer é evidentemente uma Revolução… e as Revoluções são contagiosas.

 

Dia 20 é um dia internacional de acção contra os Estados assassinos.

 

Não perdoamos nem esquecemos.

 

Aconcelhamos o acompanhamento do desenrolar dos acontecimentos em:

  Occupied London blog | Center for Strategic Anarchy blog | Libcom.org archive

 

 

 

PEDEM CASA DIGNA E DÃO-LHES PRISÃO. SOLIDARIEDADE.

Na tarde de 14 de maio do ano 2006 ergueu-se em Madrid um movimento espontâneo convocado por sms e Internet, para queixar-se da dificuldade de ter acesso a uma casa digna, que hoje em dia ainda continua de pé. Tanto nessa altura como agora estas assentadas não têm nenhuma sigla , nenhum grupo, conjunto ou partido político. Visto o bom acolhimento e a participação que houve desde a primeira assentada, as autoridades preocuparam-se muito, já que enfrentavam-se com um grave problema: o cidadão comum começava a sentir-se identificado com um movimento desorganizado, o qual corria o risco de organizar-se e aumentar em número, pondo em xeque o governo com suas demandas. Foram então enviados vários centenas de policias antidistúrbios, com ordens para dissolver quanto antes a manifestação, para o qual não evitaram utilizar de violência impune e desmedidamente.

Como consequência produziu-se um total de 21 detenções arbitrárias com acusações de atentado contra os agentes da polícia, desordem pública, desobediência, resistência grave à autoridade… por isto eles enfrentam penas até sete anos de prisão. Ademais de injustificadas, estas acusações estão cheias de contradições e irregularidade, como polícias que apresentaram relatório médico de lesões depois de destroçar os nós dos dedos na cara dos detidos… Estas pessoas sofreram danos físicos e morais durante todas as horas que durou a sua detenção, ocasionados pelos antidistúrbios, pela brigada de informação, guarda civil, funcionários de prisões, assistentes a detidos, juiz… Gritos, insultos, vexações, torturas, perda de dignidade… isto é ao que enfrenta qualquer pessoa, seja inocente ou não, quando cai nas garras do Estado, algo que a sociedade não vê ou não quer ver. Todo isto em uns calabouços onde as condições higiénicas eram humilhantes até limites insuspeitos, onde o médico que reconhecia as feridas nem sequer lhe tocava… depois que passaram horas sem comer e sem dormir, e com a proibição de falar ou rir ou perguntar nada, nem sequer a hora. Tratados como terroristas e trasladados como terroristas, inclusive chegou-se a roubar os pertences dos detidos.

É habitual que se passe isto assim como o que se passou nestas assentadas. Brutal e injustificada repressão, e medidas muito duras contra as pessoas detidas. Os meios de comunicação não informam sobre este acontecimento, criminalizam-se estas pessoas e são detidas. Todo isto é muito preocupante, já que está escondido sob um pluralismo só de fachada e um governo supostamente progressista a favor dos direitos da juventude e da política social.

A especulação e a corrupção são produto da ofensiva capitalista, que no estado espanhol significa entre outras coisas a negação de uma necessidade básica como é a necessidade de viver com dignidade.

NÃO MAIS PRECARIEDADE!!

NÃO MAIS ESPECULAÇÃO!!

NÃO MAIS MONTAGENS POLICIAIS E JUDICIAIS!!

ABSOLVIÇÃO DXS DETIDXS DAS ASSENTADAS!!

 

ÚLTIMA HORA!! A promotora acusou aos nossos companheirxs detidxs na 2ª assentada por uma vivenda digna (xs únicxs que ainda continuam pendentes de juízo e que poderiam ir a prisão até 5 e 6 anos)
Podem ver a acusação na nossa página web:
www.detenidosporunavivienda.org.
Agora mais que nunca pedimos a sua ABSOLVIÇAO!!!
 
Mais informação em:
 
www.detenidosporunavivienda.org

www.myspace.com/detenidosviviendadigna 

http://detenidosvivienda.blogspot.com/

 

Solidriedade com Federico Puy

Pela readmissão de Federico Puy, professor despedido pela Cruz Vermelha na Argentina por motivos ideológicos

 

No dia 28 de Maio, a filial da Cruz Vermelha Internacional no Bairro de Saavedra, em Buenos Aires, na Argentina, despediu sem causa o docente Federico Puy, que leccionava as matérias de Educação Cívica e Língua e Literatura ao primeiro e ao terceiro anos do Bacharelato para adultos com orientação em Saúde, que ali funcionava.

A boa disposição do professor, a identificação que conseguiu com os seus alunos e os conteúdos ensinados em matéria de direitos humanos, enfureceram as autoridades do estabelecimento que despediram o docente, actuando desta forma como na época da ditadura militar, coarctando a liberdade de expressão e de escolha dos professores.

Para além de submetido à precarização laboral, Federico Puy não recebeu qualquer pré-aviso de despedimento, nunca lhe foram mostrados os pagamentos realizados e foi-lhe alterado o momento de entrada no estabelecimento, para poder fazer uso do período de experiência e despedi-lo.

Questionaram-lhe a planificação anual, aludindo a que “tinha muita carga ideológica”, obrigando o docente a retirar das unidades temáticas das sua aulas de Educação Cívica conteúdos referentes aos Direitos Humanos e à história dos sangrentos Estados totalitários da história contemporânea, alegando que não eram temas que os alunos devessem conhecer. Também o proibiram de falar de Sindicalismo e Peronismo nas aulas, tendo-lhe sido proposto que, em alternativa, leccionasse as Encíclicas Papais referentes ao tema. Convém sublinhar que o Ministério da Educação da Argentina promove e permite que se fale dos Estados totalitários e do sindicalismo nas aulas.

Os estudantes realizaram uma petição exigindo a reincorporação do professor despedido e pediram explicações às autoridades do estabelecimento, a resposta por parte da direcção da Cruz Vermelha (filial de Saavedra) foi o início de uma perseguição aos alunos, caindo em discriminações raciais e xenófobas.

Este é um caso de discriminação ideológica e uma pequena mostra de que na sede de Saavedra não se respeitam as bandeiras de humanidade erguidas pelos milhões de voluntários e colaboradores da Cruz Vermelha Internacional, sempre presentes, prestando a sua solidariedade, nos locais onde têm lugar as catástrofes políticas, sociais e ambientais. Além do mais, demonstra a precariedade laboral e o autoritarismo, coarctando a liberdade de expressão e a liberdade de ensino pelas quais tanto lutaram milhares de pessoas nas épocas mais duras da história da Argentina.

 

BASTA DE DISCRIMINAÇÃO IDEOLÓGICA!

REINCORPORAÇÃO IMEDIATA DO PROFESSOR FEDERICO PUY!

Informação recebida através da Federación Obrera Regional Argentina, secção argentina da

Associação Internacional dos Trabalhadores www.iwa-ait.org

Trabalhadores contra a repressão policial

A democracia desmascarada:

AUMENTA A REPRESSAO

SOBRE AS LUTAS SOCIAIS

 

Ao mesmo tempo que se degradam as condições de vida da maioria da população, as fatias da riqueza criada através da exploração do trabalho são cada vez mais desigualmente distribuídas, cabendo a uma pequena elite de administradores e accionistas das grandes empresas e, particularmente, da banca a parte de leão. Perante esta situação de injustiça e miséria crescentes, sendo de esperar o aumento exponencial da contestação social, que já se começa a verificar, ainda que os media o queiram encobrir, o Estado reforça os seus meios de repressão, e os diversos corpos policiais agem cada vez mais dura e impunemente, controlando, vigiando e reprimindo os movimentos e as lutas emergentes.
Não nos deve espantar que os meios policiais sejam utilizados para defender a propriedade privada e os interesses dos patrões contra os dos trabalhadores. É essa a função essencial do Estado, que a morte lenta das suas políticas sociais vai deixando de novo a descoberto.
 
Mas o ambiente repressivo não é da exclusiva responsabilidade do Estado, vigora também nos locais de trabalho, onde a crescente precarização tornou impossível, para quem quer manter o seu ganha ­pão, erguer a mínima voz de contestação. E este ambiente repressivo continuará a fortalecer-se enquanto não formos capazes de opor ao poder e à bufaria uma forte barreira de solidariedade e acção.
Só a solidariedade entre as pessoas da mesma condição social, vítimas da repressão estatal e patronal, e a prática da acção directa contra os que nos exploram e oprimem podem fazer avançar a nossa luta, a luta por uma vida melhor em liberdade.
 
 
Associação Internacional d@s Trabalhador@s – Secção Portuguesa

http://ait-sp.yoll.net

 

Alguns casos recentes de repressão policial e judicial

 

 -25 de Abril de 2007 – O Corpo de Intervenção da PSP carregou sobre uma manifestação anti-autoritária contra o fascismo e o capitalismo em plena Rua do Carmo em Lisboa, com o claro objectivo de agredir o maior número de manifestantes. Onze manifestantes foram detidos e são agora acusados de "agressões e injúrias a agentes da autoridade".

 

 -Julho de 2007 – Várias pessoas que se manifestavam no Porto contra: o corte de carreiras da STCP foram identificadas pela polícia e vieram a ser constituídas arguidas por "manifestação ilegal".

 

 -17 de Janeiro de 2008 – Um sindicalista foi condenado pelo Tribunal de Oeiras a 75 dias de prisão por "manifestação ilegal", devido à sua: participação numa manifestação de trabalhadores da construtora: Pereira da Costa, decidida em plenário pelos mesmos e não comunicada ao Governo Civil, em Janeiro de 2005. É a primeira pena de prisão por: "manifestação ilegal" em Portugal desde o 25 de Abril de 1974.

 

 -8 de Fevereiro de 2008 – A PSP carregou à bastonada sobre dezenas: de pessoas que protestavam contra o despejo do Grémio Lisbonense, associação cultural e recreativa situada na Baixa de Lisboa, através da ocupação da escadaria do prédio. Várias pessoas receberam tratamento: hospitalar e um jovem detido foi humilhado e espancado na esquadra.

 

 -6 de Março de 2008 – A GNR carregou sobre um piquete dos trabalhadores da Sisáqua, empresa que explora a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Sines, quando estes se concentravam em frente aos portões da empresa. A greve protagonizada por estes trabalhadores, que reivindicavam melhores condições de segurança no trabalho, a melhoria do meio ambiente e aumentos salariais, durava há já um mês.

 – Março de 2008 – Na véspera da manifestação dos professores em Lisboa, agentes da PSP visitaram diversas escolas do país com o intuito: de saber quantos professores se deslocariam à manifestação.

 – Abril de 2008 – A simbólica acção do movimento Verde Eufémia contra o cultivo de organismos geneticamente modificados, realizada no Verão do ano passado, através da destruição de um hectare de uma plantação de milho transgénico em Silves, foi classificada pelas autoridades portuguesas como "acto terrorista" e incluída este mês no relatório da Europol sobre actividades "terroristas" na União Europeia.

 

Manifestação antiautoritária contra a repressão policial

Seguramente ninguém se lembra, mas em Abril de 2002 foi organizada uma manifestação contra a repressão policial. A razão poderá dever-se ao facto de termos sido completamente ignorados quer pelos meios de comunicação social, quer pela policia. É de lembrar que tal manifestação correu bem e sem qualquer incidente, provavelmente devido à não comparência dos corpos repressivos do Estado, que portanto, não espancaram ninguém.

Panfleto distribuído na manifestação contra a repressão policial de Abril de 2002

Europol, a Nova Policia Política

 

Poucas pessoas já ouviram falar da Europol e, das que ouviram, poucas sabem do que se trata realmente ou que poderes possui. Tristemente, o objectivo dos governantes parece ser esse mesmo: construir esta organização policial europeia em segredo, nas suas conferências e cimeiras, conferindo-lhe poderes bastante amplos em termos de controlo e repressão da dissidência política.


Criada em 1995, a Europol tem vindo desde então a ganhar uma série de poderes que, a nosso ver, a tornam numa nova polícia política ao serviço do regime democrático-capitalista. Desde 1999 que lhe foram conferidas competências no sentido da criação de uma unidade "anti-terrorista". E, logo na 1ª Conferência Anti-Terrorista da Europol, realizada em Madrid em Fevereiro de 2001, aprovou-se o Documento Madrid que, após a análise de "grupos radicais", propõe apoiar a iniciativa espanhola, italiana, grega e portuguesa de "investigação relativa ao terrorismo anarquista" e de impulsionar o estabelecimento de um "plano de recompensas ou incentivos económicos para aquelas pessoas que forneçam informações". Qualquer semelhança com uma polícia política e a sua respectiva rede de bufos não será pura coincidência.
A definição de terrorismo no âmbito da União Europeia torna-se oficialmente cada vez mais ampla e não se limita à actividade de pessoas integradas em grupos armados, mas a qualquer um que, uma vez qualificado como "anarquista" ou, no termo de sentido mais amplo, de "radical", se oponha ao pensamento único e pratique, ainda que sem a utilização de violência alguma, a dissidência política.


Ainda em Fevereiro de 2001, Espanha e Itália criam uma equipa conjunta de investigação sobre "terrorismo anarquista".
Em Junho de 2001, o Parlamento Europeu concorda em preparar três recomendações ao Conselho Europeu, propostas pelos dois maiores partidos políticos espanhóis (PP e PSOE): a urgente aprovação do Espaço Judicial Europeu (reconhecimento mútuo das resoluções judiciais), a tipificação comum do delito de terrorismo e a aprovação do mandato de busca e captura (o desaparecimento da actual processo de extradição).


"O ambíguo Conceito de Terrorismo, o Euro-mandato de busca e captura e o Espaço Judicial Europeu, implicam sem dúvida a arbitrariedade, o policiamento e a eliminação de recursos e garantias jurídicas e, definitivamente, a destruição da noção de delito político, que havia constituído o núcleo central do direito liberal continental depois da Revolução Francesa. É a produção em cadeia capitalista aplicada aos assuntos judiciais: o que importa é obter lucros, trata-se de automatizar e mecanizar, que os processos sejam rápidos, não importa nem como nem à custa do quê. Trata-se de eliminar os seus únicos obstáculos neste processo: as liberdades básicas, os advogados de defesa, os processos judiciais, os juizes recalcitrantes" segundo o advogado espanhol dissidente Endika Zulueta.


Em Julho de 2001, no rescaldo dos protestos contra o encontro UE-EUA em Gotemburgo e contra a cimeira do Banco Mundial em Barcelona, ambos fortemente reprimidos pelos corpos polícias, inclusive com balas reais em Gotemburgo, realiza-se em Bruxelas um conselho de Ministros da Justiça e do Interior da União Europeia sobre "Segurança das reuniões do Conselho Europeu e de outros eventos que possam ter um impacto comparável". Antecedendo a brutal repressão dos protestos protagonizados por 300 mil pessoas contra a reunião do G8 em Génova nesse mesmo mês de Julho, que resultaria na morte do manifestante Carlo Giuliani, no "desaparecimento" de outros tantos e em centenas de casos de espancamentos, tortura e detenções arbitrárias por parte dos "carabinieri" italianos, esta reunião de Ministros elabora cinco medidas de restrição de direitos fundamentais reconhecidos pelas Constituições estatais. Entre outras encontram-se a "possibilidade de aumentar as competências da Europol na elaboração de uma análise comum dos distúrbios", o "reforço e fomento de uma troca rápida e estruturada de dados relativos a manifestantes violentos com base em ficheiros nacionais", "medidas de expulsão de manifestantes", assim como o "impedir que pessoas reputadas como autoras de distúrbios à ordem entrem no país anfitrião do acontecimento".


Em Agosto de 2001, os Ministros do Interior da Itália e da Alemanha manifestam-se a favor da criação de uma polícia europeia anti-distúrbios que possa fazer frente aos crescentes protestos anti-capitalistas durante as cimeiras dos poderosos.


Em Setembro de 2001, o Parlamento Europeu debate a possibilidade de os Estados realizarem vigilâncias massivas do correio dos cidadãos, reconhecendo-se "a possibilidade de as mensagens poderem ser interceptadas quando esteja em perigo a segurança do Estado".
A presidência espanhola da UE, durante o primeiro semestre de 2002, tem feito tudo por concretizar todas as propostas possíveis de incremento da repressão sobre movimentos sociais e políticos anti-capitalistas. Logo em Janeiro deste ano, teve lugar em Madrid uma reunião de representantes de todos os estados da UE e das respectivas polícias sobre o uso das novas tecnologias em matérias policiais. Nesta conferência a proposta mais importante foi a do estabelecimento de um Centro de Alerta e Investigação Tecnológica à escala da União Europeia. O citado Centro, controlado pela Europol, não seria mais que o oficializar do controlo que a Europa policial tem sobre os cidadãos através das novas tecnologias, especialmente a Internet e o telefone móvel, tentando dar cobertura àquilo que, de todas as perspectivas, vulnera vários direitos fundamentais. No Estado espanhol, o responsável pela elaboração da proposta de criação do Centro, os corpos especiais criados para o efeito reconhecem estar a controlar a dissidência política através da Rede. Tanto os serviços de polícia como os da Guarda Civil dedicam-se a rastear as comunicações de oito servidores alternativos da Rede, pelo simples facto de difundirem comunicações do movimento anti-globalização.


As preocupações que aqui transmitimos são mais do que "paranóias" de "militantes radicais" ou baboseiras sem interesse para o comum cidadão. A situação repressiva está a tornar-se tão grave que já levou a insuspeita Amnistia Internacional a lançar uma campanha com o lema "Mais Europa, Mais Justa!", solicitando à presidência espanhola da UE que inclua os Direitos Humanos na sua agenda de trabalho, considerando que "o incremento da segurança na UE está a reduzir os Direitos Humanos", apontando como algumas das questões mais preocupantes as denúncias por maus tratos e torturas que se produzem no âmbito da UE.


Também a Statewatch, uma organização não governamental que vigia os atentados dos Estados europeus contra as liberdades cívicas, manifestou a sua preocupação face às tentativas dos líderes da EU tendentes à criminalização, não só das actividades anarquistas, mas de qualquer forma de activismo político anti-capitalista, desde os protestos anti-globalização até às simples manifestações sindicais.
Por isso nos manifestamos,

CONTRA A EUROPOL, CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL, CONTRA UM SISTEMA QUE NOS DEVORA E CONVERTE EM ESCRAVOS!

 

Manifestação Antiautoritária Contra a Repressão Policial

 Manifestação Antiautoritária Contra a Repressão Policial
 
 Tenho de admitir, em criança, a imagem do Polícia fascinou-me. Via-os como heróis que defendiam o resto das pessoas dos bandidos, dos maus, enfim, do Diabo em gente e do Papão em pessoa. Agora é diferente, não gosto nada deles.
 
 Odeio-os a maior parte o tempo. Odeio a maneira como eles gozam as pessoas, o tratamento especial que dão aos negros, aos Punks, Freaks e a todos os ou­tros que não encaixam no mundo deles. Odeio­-os pelo que já me fizeram, pelo que já te fizeram e pelo que ain­da vão fazer (dali não se pode esperar nada).
 
 -Bem há polícias que são uns porcos; que são umas bestas. mas…
 
Aparece sempre um mas… Eu também conheço polícias que parecem ser fixes como pessoas, simpáticos, educados, bem cheirosos, atenciosos, mas não deixo de odiar a Polícia, apesar de serem como os cães, "os melhores amigos do homem".
 
 A Policia serve para manter o "status" desta sociedade, portanto não existe coisa como o policia bom, todo o polícia é mau. É uma inevitabilidade que recai sobre quem está na triste posição de defender uma lógica social podre, decadente e necessariamente violenta.
 
A função do polícia não é proteger as pessoas e fazer cumprir a lei, embora muitos deles acreditem ingenuamente que fazem isso; eles servem essencialmente de controlo social sobre os trabalhadores, pobres e alienados para benefício dos que têm o poder, bom ou mau esta é a função do polícia.
 
Somos levados a pensar que sem polícia todas as pessoas se matariam umas às outras, não haveria direitos para ninguém e tudo ficava imerso no mais obscuro caos. Se pensarmos um pouco a Polícia nem protege as pessoas nem a propriedade, pelo menos da classe média para baixo. Um polícia dificilmente apanha um criminoso em flagrante, portanto é raro protegerem as pessoas de um assalto, violação ou roubo. A maioria das vezes, o que fazem é prenderem um suspeito depois do acto e testemunharem contra ele em tribunal. Portanto, o máximo que fazem é proteger a propriedade dos Ricos.
 
 Para manter o "status", a bófia protege a propriedade dos Ricos mas também tem que controlar o comportamento de uma população inteira. "A primeira função dos polícias não é combaterem o crime, mas estarem prontos a manter a ordem social". O maior trabalho dos Chibos é manter a paz e certifi­carem-se que está "tudo em ordem". É por isto que os polícias concedem tanto tempo aos detalhes da sociedade, jovens com um aspecto diferente, bêbados, prostitutas, graffiters, ganzados e drogados, vadios, etc.
 
 Michel Foucault pôs as coisas mais ou menos desta maneira: A Polícia é como pó que cobre os eventos, acções, comportamentos e opiniões da sociedade, mas especialmente dos pobres.
 
 A Polícia certifica-se que as pessoas obedecem às regras, mas sob o Capitalismo as regras são injustas. Elas. são feitas para beneficiar uma pequena minoria e explorar o resto, para além disso, algumas pessoas são definidas como bandidos pelo que são e não pelo que fazem e o trabalho da Polícia é reprimi-los constantemente. Onde a Polícia moderna apareceu, em Inglaterra, a classe criminosa era o proletariado urbano, hoje, grande parte do proletariado está alienado ou domesticado, então as vítimas são imigrantes, jovens, artistas e outros que não deixaram morrer a rebeldia; de qualquer maneira são de classes exploradas e não encaixam no "status" e estereótipos vigentes.
 
 É necessário apresentar a Polícia como uma instituição das mais opressivas na vida de muitas pessoas. É difícil encontrar alguém rebelde, revolu­cionário ou simplesmente inconformista, que não tenha sido preso, assaltado ou espancado pela polícia; a maior parte das vezes, não se trata do que aconteceu ou não, mas, de quantas vezes.
 
Não se trata de não prezar a ordem e a autoridade! Eu prezo a ordem e a autoridade! A autoridade do conhecimento, do saber, da razão e da inteligência, de onde emana a bondade, a tolerância, o amor e a solidariedade. Ora esta autoridade nada tem em comum com a autoridade que submete, a autoridade da hierarquia presente nas personalidades ansiosas de serem obedecidas e reconhecidas, que sentem prazer em dispor de subordinados, nada tem em comum com a rigidez, a intolerância e o cinismo das mentes doentias dos grandes ditadores dos Estados ou dos pequenos ditadores de escritório, nada tem em comum com o autoritarismo ridículo do "porque é assim" e do porque "eu mando" que domina nesta sociedade desenvergonhada.
 
 Amo principalmente a Liberdade, não esta coisa que é uma liberdade cercada por todos os lados, a nível económico, moral e legal, que se confunde com a licença, que empalidece à medida que vão aparecendo os limites, as fronteiras, para finalmente começar a dar lugar à massificação humana e ao condicionamento alienador, essa coisa não é a Liberdade. Só podemos ser livres, no verdadeiro sentido, se vivermos isentos de todas as pressões económicas, religiosas, políticas, jurídicas, etc. De outra forma seremos sempre presas fáceis de conduzir e condicionáveis à conveniência dos poderes, ao ponto de pedir mais policias.
 
 Agora, não se deve confundir a manifestação contra a repressão policial com manifestação contra o policia, coitadinho, até porque a Polícia tal como as classes sociais, não são redutíveis à dinâmica duma lógica bipolar, ela está estruturada de forma a que o verdugo de um é por condição o servo de outro, para além de os indivíduos terem de ser dominados antes de poderem ser explorados; o grau do domínio é mais vasto do que o da exploração e o policia, numa análise radical, um padecente do sistema que defende, mas isso não é desculpa para se ser parvo. Quem se quer deixar roubar só porque o ladrão é uma vitima da sociedade?!
 
 De resto acho uma irresponsabilidade terrível defender a Policia, sabe-se demasiadamente bem, que só homens iguais e livres, fora de qualquer estrutura hierár­quica e de qualquer relação de comando-obediência, podem ser res­ponsáveis; caso contrário, cai-se na irresponsabilidade dos criminosos de guerra que apenas executam ordens de que até discor­dam, vindas muito lá de cima, como qualquer policia pode confirmar.
 
 Em resumo, a Polícia serve apenas para se certificar que a desordem social capitalista continue tal como está, extremamente injusta, desigual e opressiva, que nunca chegue uma genuína revolução libertadora, que tudo fique como está e que você tenha medo, muito medo, e peça cada vez mais e mais polícias.
 
 Apareçam!
 Saúde, e viva a Liberdade.
 
Enganaram-te quando te dizem que a anarquia é a desordem, para te mascararem a desordem presente..
 

 

 

Manifestação Antiautoritária Contra a Repressão Policial.

Um ano depois do ataque policial em pleno Chiado no dia 25 de Abril de 2007, dois meses depois da carga policial no despejo do Grémio Lisbonense , perante os ataques continuados da polícia em Bairros Sociais e por todos os episódios de abuso e violência perpetrados pela repressão organizada do Estado, convocamos uma manifestação antiautoritária contra a repressão policial.
Manifestamo-nos neste dia porque passaram 34 anos desde que uma pseudo-revolução substituiu um governo fascista por um governo que continua a controlar, a matar e a reprimir e cujos antecessores rapidamente se preocuparam em controlar o "descontrolo" das populações no pós 25 de Abril.
A marcha dos tristes, que todos os anos comemora esta transição, não nos diz nada, pois não queremos celebrar o quotidiano policial nem a liberdade-de-centro-comercial.
O sistema capitalista, na sua vertente democrática, leva-nos a pensar que não sabemos gerir as nossas vidas e que a polícia é uma realidade à qual não podemos fugir. Como se não bastasse vivermos num estado policial, querem que sejamos nós próprios os polícias das outras pessoas, de nós próprios e dos nossos vizinhos. A polícia, que todos os dias reprime e violenta, não serve a ninguém se não àqueles que lucram com a miséria de todos os outros, àqueles que nos oferecem uma vida controlada, que destroem os ecossistemas, que impõem fronteiras entre regiões, que nos roubam no trabalho, que nos dizem como devemos ser e que nos querem convencer que somos indivíduos, quando a nossa individualidade não passa de uma ilusão no leque de possibilidades que a sociedade de consumo nos deixa ter.
Assim, esta como qualquer outra data, serve para contestar este e qualquer governo pois, inevitavelmente, todos nos querem impor uma vida debaixo de câmaras de vigilância, fronteiras e polícias várias. Todos estes métodos de controlo e repressão são tendencialmente universais e à medida que o tempo passa achamos serem cada vez mais normais e sabemos serem também mais presentes.

Todos conseguimos resolver os nossos conflictos, pensar pelas nossas próprias cabeças, imaginar como realmente queremos que sejam as nossas vidas.

Apelamos à participação de todos aqueles que condenam a violência policial e os métodos que o capitalismo e o estado têm para nos controlar.


Praça da Figueira, Lisboa, 17:30h, 25 de Abril de 2008.